quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Negros são as maiores vítimas da miséria.


Pesquisa do Banco Mundial e Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional mostra que um conjunto de doenças – provocadas ou agravadas pelas condições de pobreza – tem um número muito maior de vítimas entre a população negra, do que entre os brancos no Brasil.

A pesquisa – denominada Saúde na População Negra no Brasil: Contribuição para a Promoção da Eqüidade – destaca, por exemplo, que entre os 10 e os 64 anos, a taxa de mortalidade por doenças infecciosas, relacionadas à gravidez e ao parto e por transtornos mentais, é, em média, 100% maior entre os negros do que entre os brancos.

As condições de fome e miséria a que estão submetidas a maioria da população negra no Brasil leva, segundo o estudo, a que as crianças negras, com mais de 28 dias, morrem mais que as brancas. Este maior índice de mortalidade infantil entre as crianças negras se deve, entre outros motivos, às condições de vida precárias (subnutrição, falta de condições de higiene adequadas etc.) e à inexistência, na maioria dos casos de uma assistência à saúde deficiente.

A situação se mantém em todas as etapas da vida do nego no Brasil, fazendo com que a expectativa de vida dos negros brasileiros seja cerca de seis anos menor do que a entre os brancos.

Enquanto a taxa de mortes por doenças infecciosas na população adulta branca no Brasil alcança 17,14 por 100 mil, entre os negros essa taxa atinge a 30,58, No caso da AIDS, os negros também entre as maiores vítimas, segundo análise baseada em dados do próprio Ministério da Saúde: os números vão para 15,64 ante 23,13 no caso dos homens e, entre as mulheres alcançam uma diferença bem maior, 5,45 para brancas e 12,29 para negras.

O estudo mostra também que a população negra é também a mais atingida pelo alcoolismo e pela dependência de drogas, como resultado da falta de expectativas gerada por desigualdades socioeconômicas e pela opressão a Analisando as doenças mentais evidencia-se que entre os negros é muito superior os casos decorrentes do stress cotidiano e da falta de esperança.

Enquanto entre os brancos, a cada 100 mil mortes, 3,04 são por transtornos mentais; entre os negros a proporção é de 6,43 casos a cada 100 mil.

A violência promovida pelo Estado contra a população pobre (liderada pelos órgãos do aparato de repressão oficiais: PM’s, Policia Civil etc.) e disseminada, principalmente nas regiões mais pobres do País, provoca um verdadeiro genocídio entre os negros: as mortes por armas de fogo alcançam 21,9% entre os brancos, ao mesmo tempo em que entre os negros esse índice chega a 32%. No total de homicídios, eles correspondem a 48% das mortes entre negros, ante 34,4% entre brancos.


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