sábado, 21 de novembro de 2009

Atores negros se destacaram na cerimônia do Oscar 2005 .

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da France Presse, em Hollywood

Com as estatuetas do Oscar concedidas a Jamie Foxx e Morgan Freeman, em uma cerimônia presidida pelo comediante Chris Rock, a Academia de Hollywood demonstrou ter deixado para trás a época em que excluía atores negros da maior festa do cinema mundial.

Jamie Foxx, 37 anos, levou o prêmio de melhor ator pela interpretação do lendário gênio do soul Ray Charles, falecido no ano passado, no filme biográfico "Ray".

O ator também fora indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante por sua atuação em "Colateral", Oscar que acabou ficando com Freeman, 67 anos, pelo papel de um ex-boxeador encarregado de um ginásio em "Menina de Ouro".

Este ano, no que foi um recorde em 77 anos de história do Oscar, quatro atores negros disputavam prêmios em Hollywood. Além de Foxx, que concorreu em duas categorias, e de Freeman, a atriz britânica Sophie Okonedo estava na disputa pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante e o ator americano Don Cheadle pelo de melhor ator por Hotel Rwanda.

"Nesta cerimônia temos quatro atores negros competindo", disse o ator Chris Rock ao inaugurar a festa. Pouco depois, destacou: "É bom ver (pessoas de) cor em uma sala em que estas não sejam os funcionários da limpeza".

Mas o verdadeiro recorde foi batido em 2002, quando pela primeira vez o Oscar premiou um ator e uma atriz negros: Halle Berry por "A Última Ceia" e Denzel Washington por "Dia de Treinamento", que levaram, respectivamente, os prêmios de melhor ator e melhor atriz, cerca de 40 anos depois de Sidney Poitier foi o primeiro negro a faturar a estatueta dourada, em 1964. O ator Jamie Foxx não esqueceu de Sidney Poitier. "Obrigado Sidney", disse.

Na cerimônia destacou-se também a musa do R&B Beyoncé, que cantou três das cinco músicas indicadas ao prêmio de melhor canção.

Freeman falou aos jornalistas sobre esta mudança no Oscar, que pela primeira vez premia dois homens negros. "Significa que Hollywood continua fazendo história", destacou Freeman. "A vida continua. As coisas mudam. Nunca ficam do mesmo jeito. Estamos evoluindo como o resto do mundo. É isto o que significa", destacou o ator, que neste domingo ganhou seu primeiro Oscar, depois de quatro indicações.

"Tudo isto significa que os Estados Unidos superaram os anos em que só podia colocar como concorrente uma pessoa negra indicada de forma a mostrar que os negros estavam representados", disse Linda Williams, especialista em cinema da Universidade de Berkeley.

"Claramente este ano há muitos atores negros que tiveram a oportunidade de interpretar papéis importantes", disse Todd Boyd, especialista em minorias étnicas da Universidade do Sul da Califórnia (USC).

De qualquer forma, para Boyd "a verdadeira prova agora é saber se Hollywood dará aos atores negros os papéis que não são especificamente escritos para negros".

"Todo mundo se pergunta porque tudo isto é importante para a comunidade negra (...). Bom, é preciso pensar em todas as coisas negativas que escrevem sobre nós. Por que não destacar algo positivo? (...) Nós queremos estar incluídos, não se trata de competir, se trata de estarmos incluídos", disse Foxx aos jornalistas.

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