quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Negros

Preconceito

O histórico de preconceito contra os negros é grande e decorre principalmente de sua condição de escravos, quando foram trazidos a países da América como o Brasil, os Estados Unidos e alguns países do Caribe. Durante o regime do apartheid, os negros eram postos à margem na África do Sul, não podendo ser considerados cidadãos de pleno direito. Algo semelhante acontecia também nos Estados Unidos, onde ainda hoje a miscigenação não é oficialmente tomada em consideração. Embora os negros já sejam considerados cidadãos comuns nesses países, ainda hoje vivem em condições de vida relativamente menos favorecidas do que as pessoas em geral. Hoje a palavra negra tem um sentido racista em numerosas línguas européias (inglês, francês, alemão, holandês) devido à escravidão e a colonização [carece de fontes?].

Segundo estudos realizados pelo sociólogo David Willians, do Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade de Michigan, os Estados Unidos, para cada dólar pago a um branco, um negro recebe o equivalente a 40% desse valor. De acordo com os Indicadores Sócio-econômicos do Censo norte-americano sobre a década de 1990, 7% da população branca vivia na pobreza, contra 32,4% da negra.

Em escala menor, existe também discriminação de negros na Europa, devido à recente migração de africanos para países como a França e a Itália.

Negros no Brasil

De acordo com o PNAD de 2006, verificou-se que 6,9% da população brasileira se declara negra, enquanto 42,6% se declaram como "pardos" (como os mulatos, caboclos e cafuzos - pessoas com ancestralidade mesclada entre africanos, europeus e indígenas, exceto os caboclos, cuja identidade não está ligada a ancestralidade africana). Devido ao alto grau de miscigenação da população brasileira, há pouca precisão em identificar quem realmente pode ser chamado de "negro", prevalecendo o critério da auto-declaração. Para fins políticos do Movimento Negro, entretanto, consideram-se "negros" todos aqueles que têm alguma ancestralidade africana, mesmo que sejam, também, descendentes de europeus ou de índios.

A região brasileira com o maior número proporcional de negros na população é a Região Nordeste, sendo o Estado da Bahia aquele com a maior proporção de negros na população, com 14,4% de pretos e 64,4% de pardos. O Estado de Santa Catarina é o que tem a mais baixa proporção de negros e pardos no Brasil, que, somados, são 11,7% da população.

Observa-se que os negros vivem numa condição de vida bem menos favorecida em relação à daqueles que se declaram de raça "branca" (européia). Isto é ocasionado especialmente pelo fator histórico da escravidão, que, ao ser abolida, não deu qualquer tipo de proteção especial aos negros, que permaneceram na pobreza.

Ainda assim, muitos argumentam que ainda há forte preconceito dentro da sociedade brasileira, o que seria uma forma a mais de dificultar a inserção do negro na sociedade. O último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), "À Hora da Igualdade no Trabalho", divulgado no dia 12 de maio, mostra que, apesar de avanços em alguns indicadores sociais, a situação de desemprego persiste na população negra brasileira: a renda mensal de um trabalhador negro é 50% inferior a do branco.

Um exemplo de um Negro que lutou contra preconceitos

Barack Hussein Obama é um advogado e político dos Estados Unidos, o quadragésimo quarto e atual presidente do país. Obama foi o primeiro negro a ser eleito presidente estadunidense Foi também o único senador afro-americano na legislatura anterior.

Como membro da minoria democrata no período entre 2005 e 2007, ajudou a criar leis para controlar o uso de armas de fogo e para promover maior controle público sobre o uso de recursos federais. Neste período, fez viagens oficiais para o leste europeu, o oriente médio e África. Na atual legislatura, contribuiu para a adoção de leis que tratam de fraude eleitoral, da atuação de lobistas, mudança climática, terrorismo nuclear e assistência para militares americanos após o período de serviço. Recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2009

Folclore do Negro

O mundo só tomou conhecimento da existência da África a partir do século X, afirma Delafosse. E o Império de Ghana foi a porta que se abriu aos olhos curiosos dos europeus aventureiros. Mas, somente a partir do século XV é que a mobilidade dos portugueses começou a explorar o litoral africano, "situação que perdurou até os meados do século XIX", na opinião de Kretschmer.

Nunca foram científicos nem somente políticos os motivos que entusiasmaram os navegantes portugueses na exploração da costa africana. Claro que as expedições, em sua maioria, eram custeadas pelos cofres da coroa que tinha também interesse em tomar posse das terras descobertas para fazê-las colônias. Com exceção das missões religiosas a serviço da catequese, a motivação responsável pelas incursões ao mundo africano foi um misto de colonialismo oficial e de comercialização particular, visando o aumento da área de dominação e o enriquecimento do tesouro real e de particulares, com a venda de especiarias e mais produtos do continente.

E o escravo, durante mais de três séculos, foi a mercadoria mais procurada e, consequentemente, de maior valor e que mais lucros proporcionou aos mercadores de negros. Do século XVI até 1830, a escravidão humana foi, até agora, o período mais negro da história desta nação.

Capturado como se fosse um animal qualquer, atravessando o Atlântico no porão infecto dos navios, misturado com ratos e dejeções, sem luz e quase sem ar, mal alimentado, o negro africano chegou ao Brasil contando apenas a seu favor com a igualdade de condições climáticas contra toda uma enorme série de adversidades entre as quais se avultava a completa negação de sua condição de ser humano. O escravo que não era considerado gente pessoa; era apenas uma peça, como se dizia, na época. Do século XVI até 1830, 4.830.000 escravos africanos - entre congos, cambindas, angolas, angicos e macuas - chegaram ao Brasil, período em que, mais do que índio e do que o branco, ajudaram este país crescer.

A participação do negro na vida brasileira é imensurável. A força de seus braços nos deu cana de açúcar, o cacau, o café, o milho, o algodão, os minérios, o feijão. Todos os acontecimentos históricos contam com a participação do negro: da marcha para o oeste á invasão holandesa, da guerra do Paraguai à II Guerra Mundial. Cruzando com o Português ele nos deu a mulata de dentes claro, faceira , sensual, de corpo bem feito, andar bamboleante e olhos de amor. Deu-nos também, a morena jambo que, com o mesmo dengo e faceirice, constituem os mais representativos tipos de beleza tropical brasileira. Na música, o samba descido do morros cariocas e o maracatu pernambucano nos falam de sua tristeza e das dores de amor constituindo, assim, o que se pode chamar de música brasileira. A própria língua portuguesa falada no Brasil foi enriquecida com a contribuição do negro : acarajé e angu, bangüê e batuque, cachaça e cafuné, dengoso e dunga e engabelar e Exu, fubá e fulo, guandu e gambá, iaiá e inhame, jerebita e jiló, Iundu, mandiga e maracatu. Oxum e Orixá, papagaio e patuá, quiabo e quitute, samba e senzala, tanga e tuta, vatapá, xangô, zabumba, zebra e mas de 368 vocábulos que Renato Mendonça estudou, foram palavras, muitas delas gostosas trazidas pelo negro escravo.

Que dizer da enorme contribuição do negro à culinária brasileira do Nordeste? Inúmeros são os pratos encontrados na área de sua maior freqüência; abará e acarajé, bambá e bobó, caruru e cuxá, dendê, efó, fufu, humulucu, ipetê, lelê, mungunzá, e muqueca, olubo, quibêbe, quizibiu, sabongo, uado, vatapá, xinxin e uma porção de outras comidas gostosas estudadas por Luís da Câmara Cascudo. Até à própria religião católica professada no Nordeste o negro tem dado uma colaboração especial. Nas artes, nas ciências e nas letras vamos encontrar negros enriquecidos e abrindo novos horizontes às suas atividades.
O folclore brasileiro tem seu lastro maior na herança do português colonizador. Os índios, por sua vez, mais filósofos do que os negros, sempre foram batuqueiros, e nos legaram muitas lendas explicando a origem das coisas terrenas e sobrenaturais, feitiçaria e pratos ligados à mandioca. Depois da contribuição portuguesa, a participação do negro no folclore brasileiro é a mais importante, quantitativa e, mesmo qualitativamente. Contribuição mais musical do que oral. E muito mais rítmica. O coco, o samba, o maracatu, a capoeira, o bate-coxa, a batucada, o batucajé, o bumba-meu-boi, o esquenta-mulher, o caiapós, o carimbó, as superstições, os tabus, os fetiches, são do negro.

Quando Deus acabou de fazer o mundo, ficou muito cansado. Ficou muito cansado mas ficou também muito contente. Os pássaros, as flores, as árvores, o mar, as borboletas, a brisa, o por-do -sol , tudo ficou muito bonito. Mas, quem é que ia admirar as belezas do mundo? Precisava de alguém para ouvir os pássaros, sentir o cheiro das flores ver o vôo colorido das borboletas, sentir a brisa, viver o por-do-sol. Pensou, pensou, pensou e, com um pedaço de barro, fez o homem. Achando que o homem estava muito só fez, depois, a mulher,. E assim foi se fazendo o povo. Só que tinha uma coisa: todos os homens e mulheres eram pretos, da cor do barro, que era de massapé. Como não gostassem de ser pretos, foram todos falar com Deus para que ele desse m jeito. Nosso Senhor ouviu a reclamação e mandou que todos fossem se lavar num poço. Os que encontraram água limpa lavaram-se e ficaram brancos. Os que vieram depois já encontraram a água meio toldada, e, quando tomaram banho, ficaram mulatos. Os que chegaram por últimos já encontraram pouca água e, assim mesmo escura e só fizeram lavar as palmas da mãos e a sola dos pés que ficaram quase brancos. Assim os homens são brancos, mulatos e pretos desde o começo do mundo. É a estória que o povo conta, explicando porque os homens têm cores diferentes.

Apesar de sermos um povo sem preconceito racial - qualidade que herdamos do português colonizador que se mistura com o escravo africano e os índios, o que não aconteceu com o inglês na África, onde viveu até hoje isolado dos nativos - o negro, muito poucos vezes, sofre restrições sociais da parte de alguns brancos. De alguns brancos que nem são brancos de todo, é bom que se diga. Há entretanto, uma rivalidade entre negros e brancos, principalmente entre brancas e mulatas quando se trata de conquistar os homens. E essa briga vem de muito longe, desde os tempos colôniais quando os senhores de engenho com ainda bom sangue lusitano correndo nas veias , amavam doces escravas, misturando seus gemidos aos dos canaviais açoitados pelo vento. E esse problema sexual envolvendo senhores de engenho, preferindo ebúrneas mucamas em detrimento de pálidas sinhás, já foi magistralmente estudado por Gilberto Freyre em Casa-Grande & Senzala.

Mas, os brancos portugueses gostavam tanto do negro, de suas comidas, de seus batuques, de suas crendices religiosas, que incluíram no seu vocabulário muitas palavras ainda hoje correntes e vestiram sua linguagem com muito carinho e com muito dengo quando usaram a palavra negro na sua corrutela mais popular, nêgo. Minha nega, neguinha significam amor e carinho na boca dos brancos e até mesmo dos próprios pretos quando dialogam com a mulher armada. Informa Luís da Câmara Cascudo que Dom Pedro I, quando escrevia suas cartas e seus bilhetes à Marquesa de Santos, terminava sempre assim: "Seu negrinho Pedro".

Acontece que essa rivalidade entre branco e negros- rivalidade muito mais folclórica do que racial- continua existindo, cada um procurando enaltecer suas qualidades e diminuir as do outro, como acontece nas disputas entre cantadores. A face mais popular dessa rivalidade, entretanto, é a proverbial, adagiaria, riquíssima, jocosa, filosófica até.

Dizem os brancos:

Bebida de negro é cachaça.
Negro não se penteia; alisa o pixaim.
Onde falta branco sobra negro.
Negro não sorri; mostra os dentes.
Em negócio de branco negro não se mete.
Quando se dá o pé o negro quer a mão.
Filho de branco é menino; filho de negro é moleque.
Negro quando pinta tem três vezes trinta.
Negro em pé é um toco; deitado é um porco.
Negro não fuma, pita.
Negro só dá o que tem.
Negro não tem cabeça; tem é quengo.
Negro só tem de branco os dentes.
Negro quando não suja, tisna.
Negro não aniversaria; intera o tempo.
Negro não come; engole.
Prato de negro é gamela.
Negro não mastiga; remói.
Negro não casa; se junta.
Negro não dorme; se deita.
Negro não nasce; aparece.
Negro não tem nariz; tem focinho.
Negro só entra no céu por descuido de São Pedro.
Juízo de negro é na sola dos pés.
Bacalhau é comer de negro e negro é comer de onça.
Negro ensaboado, tempo perdido, sabão desperdiçado.
Negro que não gosta de mel é ladrão de cortiço.
Negro não namora; embirra.
Negro não tem estômago; tem é bucho.
Negro não defeca; dá-de-corpo.
Negro que não conhece o seu lugar acaba no pau.
Negro de luva é sinal de chuva.
Negro em festa de branco é o primeiro que apanha e o último que come.
Negro só tem de gente os olhos.
Negro quando não caga na entrada, caga na saída.
Nem branco mente, nem negro sustenta o que diz.
Se negro fosse coisa de se gostar, todo mundo andava com um urubu debaixo do braço.
Negro só é gente quando está no banheiro. Quando batem na porta ele diz: "Tem gente"!

Vejamos agora, como o negro revida a agressividade adagiária dos brancos:

Negro quando furta é ladrão; branco é barão.
Suor de branco também fede.
Na seda branca é que a mancha pega.
Quando o cabelo do branco fica branco pela idade, ele tinge de preto.
Falta de educação no branco é nervoso.
Sovaco de branco também catinga.
Café é preto e todo mundo gosta.
Raro é o branco com pinta de negro.
A sujeira do branco sai no dinheiro.
Galinha preta só bota ovo branco.
Papel é branco mas aceita tudo que se escreve nele.
Branco não faz festa sem negro.
Papel higiênico também é branco.
Branco rico nunca é feio.
Branco se enterra em caixão todo negro.
A má ação do branco também pesa.
É branco o jasmim de cachorro.
Penico também é branco.



Racismo no Brasil e no Mundo

O preconceito ainda é uma coisa muito forte no nosso país
por isso é que nós precisamos mudar o modo de pensar dessas
pessoas que não gostam de se misturar com os outros, para que
tenham o mesmo tratamento e não sejam menosprezadas pela
população por causa da sua cor.
Com certeza as pessoas sabem que racismo é crime no nosso
país mais isso ainda não afeta as pessoas, mas elas devem saber
que tem de tratar todos da mesma maneira.
Se alguém já sofreu algum tipo de preconceito deve correr atrás do
seu direito como cidadão, para todo mundo saber que ninguém melhor
do que ninguém e que o racismo já se tornou uma coisa do passado.

Racismo É Burrice

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negros e nordestinos constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem os retratos da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

Sou Negro porque encaro minhas origens. - Poema

Não precisa ter cor, nem raça, nem etnia.
É preciso amar
É preciso respeitar
Não sou negro porque minha pele é negra
Não sou negro porque tenho cabelo embolado de “pixain”
Não sou negro porque danço a capoeira
Não sou negro porque vivo África
Não sou negro porque canto reggae.
Não sou negro porque tenho o candomblé como minha religião
Não sou negro porque tenho Zumbi como um dos mártires da nossa raça.
Não sou negro porque grito por liberdade
Não sou negro porque declamo Navio Negreiro
Não sou negro porque gosto das músicas de Edson Gomes,
Margareth Menezes ou Cidade Negra.
Não sou negro porque venho do gueto.
Não sou negro porque defendo as idéias e Nelson Mandela
Não sou negro porque conheço os rituais afro.
Sou negro porque sou filho da natureza
Tenho o direito de ser livre.
Sou negro porque sei encarar e reconhecer as minhas origens.
Sou negro porque sou cidadão.
Porque sou gente.
Sou negro porque sou lágrimas
Sou negro porque sou água e pedra.
Sou negro porque amo e sou amado
Sou negro porque sou palco, mas também sou platéia.
Sou negro porque meu coração se aperta
Desperta,
Deseja,
Peleja por liberdade.
Sou negro na igualdade do ser
Para o bem à nossa nação.
Porque acredito no valor de ser livre
Porque acredito na força do meu sangue numa canção que jamais será calada.
Sou negro porque a minha energia vem do meu coração.
E a minha alma jamais se entrega não.
Sou negro porque a noite sempre virá antecedendo o alvorecer de um novo dia.
Acreditando num povo afro-descendente que ACORDA, LEVANTA E LUTA.

DEUSA DO AMOR - Adailton Poesia/ Valter

Tudo fica mais bonito
Você estando perto
Você me levou ao delírio
Por isso eu confesso
Os seus beijos são ardentes

Quando você se aproxima
O meu corpo sente

ah ah ah ô ô
ah ah ah ô ô
Vem pra cá
Deusa do amor
Vem naná

Veja o afro Olodum
Ao passar na avenida
Todos cantando felizes
De bem com a vida
Caminhando lado a lado
Formamos um belo casal
Somos dois namorados
No swingue dessa banda

Balanço mais forte
Alicerce que tem nesse mundo
O cupido me flechou
Au que dor
Fou no afro Olodum
Que encontrei meu amor

ah ah ah ô ô
Vem pra cá
Deusa do amor
Vem naná

PRECONCEITO (Fr.Francisco van der Poel ofm, 2005)

Forma de autoritarismo social de uma sociedade doente. Normalmente o preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência. Estas atitudes vem acompanhadas por teorias justificativas. O racismo e o etnocentrismo defendem e praticam a superioridade de povos e raças.

Alguns preconceitos étnicos: “Todo cigano é ladrão.” "O judeu é perverso": v. Anti-semitismo. "Os índios em geral são improdutivos e preguiçosos"; "Todo negro é adepto de feitiçaria". Outros preconceitos: a mulher no volante e o velho vagaroso são ridicularizados e acabam excluídos. Há patrões que defendem: "A todo operário falta a inteligência”. O pobre que "nada tem" (não contribui financeiramente, não compra, não paga imposto) e "nada sabe", é marginalizado na sociedade. Não vendo a sua participação valorizada, ausenta-se. Em seguida, os pobres são acusados de apatia, preguiça, ingenuidade e de fuga nas festas. Finalmente lembramos aqui os preconceitos moralistas contra o corpo nu, contra a dança, a umbigada. E o preconceito contra a magia.

O preconceito pode ser motivado pelo medo. Falta a coragem de ir conhecer um terreiro do candomblé, de visitar um doente com aids. O medo da lepra tem uma história milenar.


Há uma espécie de preconceito espontâneo em relação a tudo que é diferente ou desconhecido. É preciso "des-preconceituar", na igreja oficial, a maneira de ver a religião do povo, mesmo aquilo que pareça estranho ou esquisito ao "modus vivendi" oficial. Na igreja oficial, ainda encontramos cientistas, padres e outros que impõem seu modo de pensar e sentir como norma a todos. Riem dos “outros” ou ficam com dó. E isso atrapalha o processo da inculturação. É preciso entender a manifestação religiosa popular em sua gênese, em suas razões, em seus mecanismos de resistência. A religiosidade popular é a vida e a religião dos pobres e não pode ser reduzida à raridade, ao pitoresco, ao curioso, ao folclórico.

Em 1953, num festival internacional de folclore, em Nice na França, o papa Pio XII advertiu os presentes quanto ao perturbado conceito do folclore considerado por muitos mera sobrevivência dos tempos passados, “digna sem dúvida de ser posta em evidência em ocasiões excepcionais, mas sem grande interesse para a vida de hoje. (...) O fato de esta idéia se encontrar bastante espalhada denuncia uma das mais lamentáveis conseqüências do século presente”.[1]

A ciência teológica ainda não dispõe de uma linguagem conceitual capaz de abordar, com segurança e sem preconceito, assuntos como: os antepassados e as almas, as simpatias, o transe, a adivinhação, a tradição oral, a revelação divina nas matas ou nas águas, a folia, a dança ritual, as promessas e os ex-votos, a experiência religiosa do negro e do índio, a lavagem do Bonfim.

Há os que entendem a religiosidade popular como "a religião dos que só entram na igreja carregados: no batismo, na primeira comunhão, no casamento e no enterro". Outros afirmam: "O povo tem religiosidade, mas não tem uma fé comprometida". Há quem diga: "A religiosidade popular é uma religião cega que não tem nada de bom para dar ao povo a não ser superstições". Outro preconceito seríssimo ouvido na semana santa: “O povo tem fé no Senhor Morto e não acredita na ressurreição”. Além disso, a religiosidade popular seria “milagreiro”, “pietista”, “conformista”, "individualista".

É um erro achar que a religiosidade, o folclore e toda a cultura popular não devem mudar e que precisam ser protegidas e conservadas em seu estado original e puro. Pensando bem, a cultura do pobre é sua vida. A cultura e a religiosidade popular são dinâmicas e mudam constantemente. O protagonista da mudança é o próprio povo livre, consciente e resistente.


Raízes - Poema

Saga que cega o homem
Sem nome segue além
Seu destino a servidão
A dor no porão do negreiro
O nevoeiro deixou para trás
A mãe África... Continente generoso
Agora distante e doloroso
Horroroso opróbrio da escravidão
Açoites, argolas, gritos e dor
Dentes cerrados... Angola nunca mais
Cativo de sua terra natal
Nativo de Moçambique
Guerreiro do Congo e Bissau
Desembarcou assustado
Pescoço acorrentado
A escravidão agora é um novo inimigo
Que precisava ser derrotado
Mas apenas ser negro já era complicado
Ter na cor a raça
E por sua massa ficava logo marcado
Sendo vendido como produto em pleno mercado
Quem se negava ao trabalho escravo
Era pendurado no poste, castigo e açoite
Dia e noite até a morte
Pra vencer a senzala não bastou apenas ser forte
Tinha que ter no sangue o desejo de liberdade
E um grito surgiu nos ares
No quilombo dos Palmares
E em muitos outros altares
Nos pilares dos quilombos
Onde se abrigou a cultura
A estrutura de um sonho livre
Que nunca acabou,
As raízes fincadas em solo estrangeiro
Crescem fortes e guerreiros
Levando adiante a alegria
Que um dia foi um soluçar de dor.

Acontecimento.

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar
na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.

Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.

"Qual o problema, senhora"?, Pergunta uma comissária.

"Não está vendo? - respondeu a senhora

- “vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui.

Você precisa me dar outra cadeira".

"Por favor, acalme-se - disse a aeromoça -

"infelizmente, todos os lugares estão ocupados.

Porém, vou ver se ainda temos algum disponível".

A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.

"Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica.
Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo na classe econômica.

Temos apenas um lugar na primeira classe". E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:

"Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe
econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as
circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável".

E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:

Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...

" E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.