quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Michael Jackson - Um negro consciente.


Michael Joseph Jackson chegou ao planeta Terra NEGRO em 29 de agosto de 1958 e dele partiu NEGRO em 25 de junho de 2009.

Mesmo com a maior parte de seu corpo tomada por uma doença chamada vitiligo (que destrói a pigmentação da pele), ele não trocou de raça. Isso é algo impossível. Michael continuou sendo negro no sangue, na alma, na raiz. E não pensem que ele se ofenderia se lesse isso.

Mesmo agora depois que ele se foi, vejo em vários sites, blogs e até nos papos por aí pessoas com a seguinte dúvida: Michael Jackson se considerava negro ou branco? Eu respondo com absoluta certeza: ele se considerava negro, ou melhor, não apenas “se considerava” como SABIA que era negro e achava ridículo esse tipo de questionamento. Vou colocar aqui as palavras dele, que não me deixam mentir:

“Eu sou um negro americano. Eu sou orgulhoso de minha raça, sou orgulhoso de quem eu sou. Tenho muito orgulho e dignidade (...). Quando as pessoas inventam histórias de que eu não quero ser o que eu sou, isso me machuca”. Ele disse isso visivelmente emocionado no começo de 1993, numa entrevista à Oprah Winfrey (a postei aqui no blog – em texto com os trechos principais).

Eu sei qual é a minha raça, eu sei que eu sou negro”. Isso ele disse em um discurso sobre racismo em 2001, em tom de desabafo pelas mentiras da imprensa em relação a ele.

Esse tipo de questionamento ridículo só existe por culpa da imprensa sensalionalista e maldosa.

Durante anos e anos muitas mentiras foram plantadas por tablóides. Especulações surgiram aos montes. Histórias absurdas foram inventadas, vendidas e aceitas como verdade! Uma delas é essa que vou comentar detalhadamente a partir de agora.

Quem não se cansou de ouvir ou ler afirmações/acusações como essas?

"Michael Jackson não quer ser negro".
"Michael Jackson renegou a sua raça".
"Michael Jackson finge ser branco e passou a acreditar ser branco".
"Michael Jackson se afastou da família e a renegou por ser negra".
"Michael Jackson tomou/usou remédios pra clarear a pele".
"Michael Jackson fez plásticas pra remover qualquer vestígio da raça negra".
"Michael Jackson não gosta de negros".
"Michael Jackson não vê mais os vídeos e fotos de quando era negro".

Frases assim pipocavam na imprensa, nas rodas de amigos, em todo lugar que se falasse de música ou mais especificamente de Michael Jackson. As pessoas iam passando isso pra frente, e isso passou a ser visto como uma verdade.

Pra piorar a situação, Michael dava raríssimas entrevistas nos anos 80. E quando dava era pra falar de seu trabalho. Mas, vale lembrar que numa entrevista de 87, sobre o álbum “Bad” (postei em vídeo essa entrevista aqui no blog) ele disse pras pessoas não acreditarem no que a imprensa andava dizendo dele, porque tudo aquilo era mentira. Mas a entrevista foi pouco divulgada. Já as mentiras... essas correram o mundo e entraram nas mentes das pessoas (inclusive na minha, por um curto período felizmente).

Em 1984 o promotor da turnê da Vitória (realizada por Michael com seus irmãos), Don King disse ao Michael que embora ele vendesse mais que Elvis e Beatles, “eles” (os brancos) jamais reconheceriam essa realidade pelo fato dele ser negro. Michael não aceitava isso e queria mostrar o contrário.

Ao ter uma reação do tipo “veremos” a essa frase de Don King, Michael quis mostrar pro mundo que um cara negro poderia sim, ser reconhecido pelos brancos (e por todos). Ele quis obviamente se mostrar como um negro que chegou ao topo; e ele lutou pra ter esse reconhecimento (que conseguiu).

Alguma pessoa em sã consciência acharia possível que ele fosse indigno o suficiente pra aceitar este preconceito? Sim, porque querer “virar branco” pra ser aceito seria concordar que só os brancos podem.

Olhando o histórico do Michael desde a infância, vemos claramente que ele jamais aceitaria isso. Esse tipo de conformismo não combinava com ele. Michael jamais viraria um puxa-saco da cultura branca e das pessoas brancas só pra ser aceito. Ele queria direitos iguais pra todas as raças. Por isso jamais se rebaixaria a ponto de renegar sua própria raça.

Hoje vejo como aquela história de que ele queria “virar branco” é ridícula! Mas a mídia é poderosa e, com disse o Michael: “se você ouve uma mentira repetidas vezes, acaba acreditando nela”.

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