quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Consciência Negra: Um dia para refletir.

Por Edson Santos*, ministro de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, no jornal O Dia
O Dia da Consciência Negra, amanhã, é data para a reflexão de todos os brasileiros. Na escravidão, os negros sofreram inúmeras injustiças, mas resistiram de diversas formas. Assim, surgiu o Quilombo dos Palmares e seu sonho de liberdade, que teve como principal líder Zumbi.
Veio a Abolição, o Brasil mudou e é uma das maiores economias do mundo. Mas os negros continuam em situação de desigualdade, ocupando funções menos qualificadas no mercado de trabalho e na condição de maiores agentes e vítimas da violência nas periferias. Sua luta, inspirada em Zumbi, precisa continuar.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, e seu corpo exibido em praça pública para semear o medo entre os negros. Mas o efeito foi oposto, despertando em muitos a consciência de que era preciso lutar contra as desigualdades. A memória deste herói nacional nos compromete com a construção de uma sociedade na qual todos tenham não apenas a igualdade formal dos direitos, mas a igualdade real das oportunidades.
Muito ainda resta por fazer, mas, neste ano, a sociedade brasileira como um todo, e a comunidade negra de forma específica, tem vários avanços a comemorar, como a assinatura, pelo presidente Lula, de 30 novos títulos de propriedade das terras ocupadas por comunidades quilombolas; e os avanços na tramitação do Estatuto da Igualdade Racial no Congresso Nacional.
Estes avanços foram conquistados a partir do diálogo entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada. Com cada um fazendo sua parte, é possível enxergar no futuro um país livre da discriminação racial, em que as oportunidades sejam iguais para qualquer brasileiro. Afinal, um país sem desigualdades é um país melhor para todos.

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